As questões são o ponto de partida e o principal incentivo da vida do didático: perguntar-se – ou perguntar a alguém – uma questão é o ato básico que acabará por fazer com que praxeologias ainda desconhecidas sejam atendidas. O gerenciamento adequado das questões é, portanto, crucial. Dois tipos de questões são principalmente considerados na TAD. O primeiro tipo é composto de questões como: dado um tipo de tarefa T, a questão como relacionada a T, QT, diz: “Como alguém pode realizar uma tarefa t do tipo T?” Uma resposta a tal questão consiste essencialmente em uma técnica, τT, complementada por um bloco tecnológico e teórico, [θT / T]. O segundo tipo de questões é de questões por que – Por que é assim …? Nesse caso, a resposta consiste em uma “explicação”, que por fim se refere a algum bloco tecnológico e teórico do qual faz parte integrante. Observe que uma questão por que, na verdade, esconde uma questão como: “Por que é assim que …?” equivale a “Como explicar isso …?”, ou seja, a uma questão como que gira em torno do gênero das tarefas “explicar”. (Responder a essa pergunta, no entanto, exigirá a especificação de um tipo de tarefa pertencente a um gênero. De fato, a maioria das questões, se não todas, se resumem a como questionar. Por exemplo, uma questão sobre a natureza de alguma entidade – O que é didática? O que são miscelâneas? O que é uma pupa? Etc. — esconde uma questão sobre como se pode definir tal entidade (o gênero de tarefas sendo aqui “definir”). O mesmo ocorre com questões verdadeiro ou falso – É verdadeiro (ou falso) que …? – que disfarçam questões do tipo “Como alguém pode determinar o valor verdadeiro de …? “subtipo. Além disso, na TAD, todos esses tipos de questões estão condicionados à instituição a que são encaminhadas: a questão “Como fazer, explicar, definir, etc.” na verdade, deve ser interpretado como significando “Como nesta ou naquela instituição eles fazem, explicam, definem, etc.” (Veja também Respostas.)
Texto Original
Question. Questions are the starting point and the main incentive of didactic life: to ask oneself—or to ask someone—a question is the basic act that will ultimately cause praxeologies as yet unknown to be met. Proper managing of questions is therefore crucial. Two types of questions are mainly considered in ATD. The first type is made up of how questions: given a type of tasks T, the how question relating to T, QT, reads: “How can one accomplish a task t of type T?” An answer to such a question consists essentially in a technique, tT, complemented by a technological and theoretical block, [qT / QT]. The second type of questions is that of why questions—Why is it so that…? In such a case, the answer consists of an “explanation”, which finally refers to some technological and theoretical block, of which it is part and parcel. Note that a why question, in fact, conceals a how question: “Why is it so that…?” is equivalent to “How can one explain that…?”, that is to a how question hinging on the genre of tasks “to explain”. (Answering such a question, however, will necessitate specifying a type of tasks within the genre.) Indeed, most questions, if not all, boil down to how questions. For instance, a question about the nature of some entity—What is didactics? What are miscellanies? What is a pupa? Etc.—hides a question about how can one define such entity (the genre of tasks being here “to define”). The same occurs with true-or-false questions—Is it true (or false) that…?—which disguise questions of the “How can one determine the truth value of…?” subtype. Moreover, in ATD, all these types of questions are conditional on the institution to which they are referred: the question “How can one do, explain, define, etc.” in fact should be construed as meaning “How in this or that institution do they do, explain, define, etc.” (See also Answers.)