Análise didática

Uma análise didática é uma análise presente em uma dada situação social de acordo com uma dada instância ŵ. Tal análise deve incluir um relato de cada sistema didático S (X; Y; ♥) que deve consistir minimamente em respostas mais ou menos abrangentes às seguintes questões: O que é X? O que é Y? Quais são as questões ou praxeologias [T / τ / θ / Θ] que compõem a aposta didática ♥? Quais são as praxeologias didáticas colocadas em uso por X e Y e qual intenção didática tem se revelado necessária para fazê-lo? Como S (X; Y; ♥) evolui ao longo do tempo? Que equipamento praxeológico pode ser engendrado em X como resultado de curto e longo prazo do funcionamento de S (X; Y; ♥)? E, por último, o que Y, bem como alguns ambientes institucionais de S (X; Y; ♥) podem ter aprendido no processo? Para responder a essas questões de forma adequada, parece crucial identificar as principais condições e restrições que compõem a ecologia da situação e seus efeitos potenciais sobre ela. Para fazer isso, deve-se, então, examinar a escala de níveis de codeterminação didática para tornar explícitas as condições ou restrições muitas vezes descritas – ou mesmo simplesmente aludidas – como “naturais” e (“portanto”) inconsequentes. A análise didática é realizada através da elaboração de modelos (no sentido científico) que são utilizados para fornecer uma descrição dos elementos de S (X; Y; ♥) e sua evolução. Na TAD, estes modelos pertencem à teoria dos momentos didáticos quando ♥ é uma praxeologia ou amálgama de praxeologias, e ao esquema Herbartiano quando ♥ é uma questão Q formulada dentro de um projeto Π.

Texto original

A didactic analysis is an analysis of the didactic present in a given social situation according to a given instance w. Such analysis should include an account of every didactic system S(X; Y; ♥) which must consist minimally in more or less comprehensive answers to the following questions: What is X? What is Y? What are the questions or praxeologies [T / τ / θ / Θ] that the didactic stake • is made of? What are the didactic praxeologies put to use by X and Y and what didactic means have proved necessary to do so? How does S(X; Y; ♥) evolve over time? What praxeological equipment can be engendered in X as a short-term and as a long-term result of the functioning of S(X; Y; ♥)? And lastly, what does Y as well as some institutional environments of S(X; Y; ♥) may have learnt in the process? To answer these questions properly, it seems crucial to identify the main conditions and constraints composing the ecology of the situation and their potential effects on it. To do so, one should then scan the scale of levels of didactic codeterminacy to make explicit conditions or constraints too often described-or even simply alluded to­as “natural” and (“therefore”) inconsequential. Didactic analysis is carried out through the elaboration of models (in the scientific sense) that are used to provide a description of the elements of S(X; Y; ♥) and their evolution. ln the ATD, these models pertain to the theory of didactic moments when • is a praxeology or an amalgamation of praxeologies, and to the Herbartian schema when ♥ is a question Q formulated within a project II.

Referências

BOSCH, M.; CHEVALLARD, Y. A short (and somewhat subjective) glossary of the ATD. In: BOSCH, M.; CHEVALLARD, Y.; GARCÍA, F. J.; MONAGHAN, J. (Org.).  Working whith the Anthropological Theory of the Didatic in Mathematics Eduction: a comprehensive casebook. London and New York. Routledge: Taylor & Francis Group, p. 19-38, 2020.